CULTURA AMBIENTAL








Desenvolvimento Sustentável

“O homem é um animal irracional, exatamente como os outros. A única diferença é que os outros são animais irracionais simples, o homem é um animal irracional complexo”. Fernando Pessoa² - Reflexões Sobre o Homem.

Para entendermos a identidade destruidora do homem, ou aquilo que denominamos irracionalidade, será preciso reconceituarmos o termo “animal irracional”, considerando que se tal conceito aplica-se ao homem tem conotação distinta àquela que se concebe ao tratarmos dos outros animais.

Relativamente ao homem, o adjetivo é, sem dúvida, pejorativo, uma vez que remete à agressividade humana para com natureza, do homem para com o outro homem e do homem para consigo mesmo. É óbvio que tais ações são tipicamente humanas, justificando perfeitamente o conceito “animal irracional”, e que é totalmente diferente da ferocidade dum predador numa cadeia ecossistêmica, no fenômeno natural da sobrevivência das espécies, pois, a cena da batalha dum predador numa caça, para se alimentar, jamais poderá ser descrita como um assassinato, e sim, como ação e reação biofísica de forças que se atraem e se repelem no processo vital desse organismo que compõe a biosfera.

Por outro lado, a ação predadora da irracionalidade humana é cruel e assassina, pois é “racionalmente” concebida e chega a ser imbecil, por ser auto-destruidora. Esse “homem-irracional” caça inescrupulosamente por ganância, orgulho e poder, de forma premeditada, portanto, nominalmente “racionalizada”, enquanto que o animal irracional propriamente dito luta pela sua sobrevivência, tendo como resultante a sobreexistência das espécies que povoam cada ecossistema, mantendo o equilíbrio e a sustentabilidade do sistema como um todo.

A sustentabilidade é tema prioritário neste século, pois a corrida pelo desenvolvimento está levando o homem a se tornar a espécie ameaçadora da existência de todas as outras, inclusive da sua própria.

A luta deve ser pela busca de tentar alinhar desenvolvimento com sustentabilidade, sendo necessária, para isto, a tomada de consciência da real posição no processo desencadeado pelo ser humano, a caminho dessa autodestruição. A conscientização, por sua vez, tem que ser urgentemente instigada pelos pesquisadores das diversas áreas do conhecimento e difundida pelas instituições de ensino, do fundamental ao superior, utilizando-se de todos os meios de comunicação de massa e articulando-se com todas as organizações dos diversos segmentos da sociedade, ou seja: é preciso fazer um “levante” considerando uma nova ordem em beneficio da preservação da vida, pois a educação e desenvolvimento sustentável equivalem ao norteamento pragmático dessa “pseudo-ordem” política, econômica e social, que viaja aceleradamente a caminho do caos.

Publicado na Página do Grupo Ambientalista Solidário – GAS, em 30/10/2008: http://grupoambientalistasolidario.blogspot.com/


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PROJETO DE CULTURA AMBIENTAL
cursos e consultorias em gestão ambiental
Professor Júlio Nessin




HABILITAÇÃO PARA FORMAÇÃO DE AGENTES DE DEFESA AMBIENTAL


1. INTRODUÇÃO

A questão ambiental nos últimos anos tem ocupado o cotidiano das pessoas, das empresas e de expressivos segmentos da sociedade do mundo inteiro. Movimentos organizados têm surgido nos mais diversos países com preocupação exclusiva de proteger o meio ambiente e conscientizar outras parcelas da sociedade civil a respeito da esgotabilidade dos recursos naturais.
A Cultura Ambiental é um tema que já integra o cotidiano de grande parte das organizações ambientalistas e vem ganhando espaço em outros seguimentos sociais. Afinal, Cultura Ambiental é muito mais que uma prática ecologicamente correta e deve estar inserida, não apenas nos discursos de ambientalistas, mas em todas as ações cotidianas, para que possamos cumprir nosso compromisso com as futuras gerações, construindo uma sociedade sustentável que proporcione a melhoria da qualidade de vida ao mesmo tempo em que conserva a biodiversidade do Planeta.
O jovem, assim como o adulto, representa uma parcela significante da mão de obra deste país e são eles que, se bem preparados, terão o poder de transformar o dia-a-dia de desigualdades, individualismo, violência e exclusão em um futuro no qual a democracia e a solidariedade serão respeitadas e propagadas continuamente. A família é, na verdade, a protagonista principal das ações da cultura ambiental; no entanto, se reconhece a necessidade de ampliar essa responsabilidade para os diferentes setores da sociedade.
O Curso de Habilitação para Formação de Agentes de Defesa Ambiental pretende subsidiar os multiplicadores de técnicas e habilidades sócio-psico-pedagógica para a sua aplicabilidade na temática ambiental.
As aulas 01, 02 e 03, serão a distancia, ministradas por vídeo conferencias; os multiplicadores estarão acomodados no ambiente virtual do laboratório de informática da Escola Municipal Vicente Maués; a aula de numero 04 será presencial, assim como, as ações propostas no Primeiro Módulo, seguindo a programação abaixo descriminados:


2. OBJETIVOS

Objetivos Gerais

O Segundo Módulo do Curso de Cultura Ambiental tem como objetivo, habilitar os multiplicadores capacitados no Primeiro Módulo, para ministrarem aulas de formação de agentes de defesa ambiental, destinados a jovens e adultos, que atuarão na orientação disciplinar dos cidadãos de Abaetetuba, relativa às questões ambientais, e, se necessário, os notificarem por atitudes consideradas ecologicamente incorretas, conduzindo-os à apreciação do Poder Judiciário, o qual poderá determinar a sua reparação legal por cumprimento de punições, tais como: multa pecuniária ou em ações de caráter sócio, educativa, cultural, ambiental.

Objetivos Específicos


  • Habilitar os multiplicadores capacitados no Primeiro Módulo para ministrarem aulas de formação de agentes de defesa ambiental;
  • Preparar esses multiplicadores para desenvolverem estratégias de sensibilização nos alunos do Curso de Agentes de Defesa Ambiental, a despertarem o espírito de respeito pelas pessoas e a importância destes no meio ambiente em que vivem;
  • Estimular atitudes que modifiquem as condições de vida, interferindo no meio ambiente imediato, social e natural, de modo a qualificá-los progressivamente;
  • Refletir sobre meios estratégicos para que os agentes de defesa ambiental possam sensibilizar cada individuo e/ou grupos, com a finalidade de formar uma rede que integre, todo seguimento da sociedade organizada, visando estimular a participação social e o envolvimento dos moradores dessa cidade, com vistas à construção da cidadania ambiental.
  • Definir metas que promovam a comunidade a adotar posturas ambientalmente corretas, na rua, no bairro, nas praças, em casa e em sua comunidade, que os levem a interações construtivas, justas e ambientalmente sustentáveis;
  • Debater como orientar os agentes na abordagem de um infrator ambiental;
  • Elaborar planos de ação para expor os conteúdos do curso, de forma prazerosa, para que a clientela possa sentir o aprendizado com prazer, como uma degustação saborosa.



3. CONTEÚDO


  • O Projeto de Cultura Ambiental;
  • Planejamento, Sensibilização - Estratégias Pedagógicas;
  • Postura e Abordagem;
  • Atitudes Ecologicamente corretas;
  • Planos de ação;
  • Legislação;
  • Metas e Conteúdo do Curso de Agente de Defesa Ambiental;
  • Programa de Coleta Seletiva.



4. METODOLOGIA

Habilitar os multiplicadores capacitados no Primeiro Módulo do Curso de Cultura Ambiental, objetivando a condução de jovens e adultos ao mercado de trabalho como Agentes de Defesa Ambiental, com aulas ministradas a distancia, través de teleconferências, em ambiente virtual devidamente aparelhado; aulas presenciais de avaliação, com ações de práticas pedagógicas e visitações de campo.
Gestar pessoas com o propósito de assegura-lhes qualidade de vida e desenvolvimento econômico sustentável, exige nos dias de hoje, uma racionalidade ambientalista. Tal iniciativa tem papel determinante na criação de legislações específicas, para regular a instalação de novos empreendimentos que afetam direta ou indiretamente a qualidade dos recursos ambientais.
O Projeto de Cultura Ambiental integra questões relevantes aos processos decisórios, atuando diretamente na formação de seres humanos que serão peças chave na edificação de novos e melhores tempos. Por tudo isso, os futuros agentes de defesa ambiental, aprendizes dos multiplicadores habilitados pelo Segundo Módulo, têm de ser despertados para a dramática situação em que vivemos, considerando que a qualidade ambiental é um dos aspectos primordiais na busca da qualidade total e que devemos aliar o conceito de desenvolvimento sustentável ao de cultura ambiental, apresentando o desenvolvimento, com argumentos e formas adequadas para que a idéia seja adotada por um número cada vez maior de pessoas.
Baseada nestes valores, este projeto envolve mudanças nos padrões culturais de comportamentos e de atitudes do individuo no modo de se relacionar com o meio em que vive e com o outro, o qual divide esse ambiente, pois, com a inserção desses agentes nas ruas de Abaetetuba, o cidadão que for flagrado por um desses profissionais afetando direta ou indiretamente o meio ambiente, com o não comprimento dos seus deveres em desrespeito ao direito do seu próximo, será inicialmente informado e conscientizado com o aveludar da abordagem educada e corajosamente clássica, mas, caso este desconsidere essas preliminares, ele será disciplinado pelos vigores da Lei.


5. CONCLUSÃO

O bom senso deverá ser a peça chave da edificação de novos comportamentos e atitudes, visando o sucesso do Programa de Coleta Seletiva que será implantado na cidade de Abaetetuba, pela administração da Prefeita Francinete Carvalho, em decorrência dos objetivos deste Projeto de Cultura Ambiental, que visa a sustentabilidade do desenvolvimento municipal e melhoria na qualidade de vida dos moradores dessa localidade.
Vale salientar que a melhor forma de preparação desses jovens e adultos para o trabalho, é fazer com que eles sejam alvos de reflexões e de vivências em sua prática diária no campo profissional, ou seja: passem e ser exemplos na convivência do seu próximo, em situações reais que farão com que desenvolvam atitudes coerentes com os valores que se predispõe a agirem profissionalmente. Por isso, a relação interpessoal é condição sine qua non na formação desses jovens, ao mesmo tempo é o instrumento mais poderoso que o multiplicador habilitado terá para cumprir a sua tarefa técno-educativa.